19 October 2009

4º Poema

Quando sei da boca oca,
Ferida pelo amargo tempo,
Para sempre uma voz louca
Que dura apenas momento.

Os lábios mexem-se à Terra,
Onde por cima toca o vento;
Uma cadeira arrastada, perra,
Num monte vergado me sento.

Para cima só resta nada,
Dentro de mim já o nada vendo
À falência é quase obrigada
Os lábios secos fervendo.

(Aula de sociologia)

1 comment:

a(muse) said...

Aulas de sociologia tão produtivas! Do aborrecimento nascem lindas flores.