ESOTERISMO E OCULTISMO
O Esoterismo
significa, em termos semânticos, “fazer entrar”. Significa abrir uma porta ao
conhecimento e assim colocar à luz verdades ocultas. É um conjunto de doutrinas
reservados a uma elite, que adquire esse conhecimento por meio de símbolos,
alegorias, meditação, intuição ou realização. O Esoterismo
origina um conhecimento transcendental e é neste sentido que se relaciona com o
Paranormal, isto é, por ser um tipo de conhecimento que transcende as
fronteiras da percepção e por estar ao alcance de poucos, ultrapassando os
limites da ciência convencional. Por outro
lado, o Ocultismo diz respeito à componente prática da doutrina esotérica, à
posse de poderes materiais e a certas actividades paranormais. É a ciência
do que está oculto no Universo e na Natureza, ou seja, para além do
conhecimento empírico, que é o conhecimento admitido pela ciência convencional.
Por todas estas razões considera-se que o Ocultismo é a ciência que mais se
associa ao Paranormal. Tal como as
ciências convencionais, o Ocultismo parte de pressupostos, medindo-se os
fenómenos do Oculto com instrumentos psíquicos.
HISTÓRIA DA PARAPSICOLOGIA
Contudo, a justificação dada pelo ocultismo e outras filosofias e
religiões para os factos inexplicáveis do Universo não foram
suficientes. Daí o surgimento da Parapsicologia, uma perspectiva alternativa à
explicação ocultista. Em 1853 nasce a Metapsíquica clássica que veio em busca do equilíbrio
entre os ideais positivistas e espiritistas. De acordo com a recém-nascida
“ciência”, o mágico e o racional ficam presentes em qualquer personalidade
humana. Em
1867 nasce a Sociedade Dialéctica de Londres, cujos membros eram ilustres
fisiólogos, sábios e engenheiros ingleses. Dois anos depois do nascimento da
sociedade, introduziu-se o estudo de fenómenos espíritas, sendo nomeada uma
comissão com a tarefa de desmistificar este tema perante a sociedade. A primeira grande personalidade precursora da Metapsíquica foi Mesmer,
um médico que curava os pacientes através do magnetismo. Mesmer pretendeu
marcar a diferença entre os ocultistas, espíritas e metapsíquicos: para ele, os
métodos científicos prevaleciam acima de qualquer ideia preconcebida. Ao
mesmo tempo, na Suíça, o Conde Gasparin realizava experiências com mesas
giratórias, consideradas as primeiras experiências metapsíquicas. Mais
tarde, Sir William Crookes,– um dos mais importantes químicos e físicos
ingleses do século XIX – decide que a ciência também tem a obrigação de estudar
os fenómenos ligados ao espiritismo e criticou-a por dar fosse o que fosse como
certo, até a própria fraudulência das experiências espíritas. Realizou
uma série de experiências em sua casa e, através de aparelhos
electromagnéticos, constatou que existia de facto uma força associada ao
organismo humano, ainda que de uma forma por explicar. Envolve-se de tal forma
nestes estudos que se torna presidente da Society for Psychical Research. De entre os muitos cientistas, destaca-se Camille Flammarion a
partir de 1961, também empenhado no estudo das mesas giratórias e dos fenómenos
espíritas. Realizou diversas experiências com médiuns, tomando todas as
precauções de modo a evitar a fraude. Também
o Dr. Osty e Charles Richet estudaram minuciosamente os fenómenos de telepatia,
clarividência e claurividência, que se integram na percepção extra-sensorial, matérias
que serão esclarecidas mais à frente. No entanto, apesar das inúmeras
experiências, não conseguiram tirar qualquer conclusão. Após
uma lenta evolução, a Metapsíquica e as concepções científicas acabaram por se
cruzar, fazendo com que a Metapsíquica acabasse por ser aceite como uma
verdadeira ciência. Nas últimas décadas do século XIX, inícios do século XX, já
várias teorias sólidas tinham sido formuladas, como por exemplo o facto de os
médiuns se revelarem histéricos ou histérico-epiléticos. A
descoberta do inconsciente foi a ruína de muitas explicações dadas para os
fenómenos espíritas. A nova geração de cientistas tem-se fixado no estudo da
Percepção Extra-Sensorial. Têm-se cruzado com diversas áreas como a Fisiologia,
Química e Física, utilizando teorias como a conhecida Psicanálise.
O QUE É A PARAPSICOLOGIA
A Parapsicologia é o
campo científico que pretende investigar experiências humanas consideradas
anómalas. Dado que é uma disciplina científica e não uma ciência, está inserida
na psicologia, não devendo ser associada a um carácter misterioso. Por isso mesmo o objecto de estudo da
Parapsicologia são os fenómenos psíquicos paranormais. Estes estão divididos em
três grupos: percepção extra-sensorial, cognição anómala e, por fim a
psicocinesia ou perturbação anómala. A
Parapsicologia evidencia assim a existência de capacidades humanas que vão para
além daquilo que a ciência convencional afirma, levantando questões
fundamentais sobre a mente e a consciência. Muitos dos seus estudos expandem a
visão ao alcance das ciências comportamentais. De
entre as mais variadas contribuições da parapsicologia para o conhecimento,
salienta-se o desenvolvimento de ideias para a psicologia. Através do estudo da
mente, a parapsicologia conduziu um rigoroso estudo sobre o subconsciente. A
nível antropológico esta dimensão científica contribui para o pensamento
crítico sobre os assuntos relacionados com o espiritismo e espiritualismo, indo
contra as superstições e generalizações populares.
Críticas
Porém
e apesar das suas evidentes contribuições é natural que surjam as críticas ou
controvérsias, dentre as quais a mais antiga, actual e importante que se prende
aos fenómenos estudados por este campo científico… Será que realmente existem? É
de notar que todos os fenómenos estudados pela parapsicologia são extremamente
polémicos, dado que, um avanço definitivo na compreensão das suas naturezas
implicaria provavelmente, a necessidade de revisões científicas, ideológicas,
filosóficas, religiosas, entre outras… Ponderemos
perspectiva materialista em que a consciência é considerada um sub-produto de
reacções orgânicas, ora esta perspectiva entra em conflito com a possibilidade
de existência de qualquer um dos fenómenos estudados pela parapsicologia. Mas
se de facto, os fenómenos estudados por este disciplina existirem, esta
perspectiva materialista precisaria expandida ou até mesmo alterada. Ainda
assim, as discrepâncias não invalidam nem prejudicam o desenvolvimento da
Parapsicologia, o que interessa é o desenvolvimento da investigação através de
pesquisas bem dirigidas, rigorosas, controladas e criteriosamente avaliadas nos
seus resultados. Outro dos motivos de controvérsias será o
desconhecimento generalizado da parapsicologia como disciplina científica,
tanto nos meios académicos como nos meios populares.
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