11 May 2011

Area de Projecto Trabalho final

ESOTERISMO E OCULTISMO
O Esoterismo significa, em termos semânticos, “fazer entrar”. Significa abrir uma porta ao conhecimento e assim colocar à luz verdades ocultas. É um conjunto de doutrinas reservados a uma elite, que adquire esse conhecimento por meio de símbolos, alegorias, meditação, intuição ou realização. O Esoterismo origina um conhecimento transcendental e é neste sentido que se relaciona com o Paranormal, isto é, por ser um tipo de conhecimento que transcende as fronteiras da percepção e por estar ao alcance de poucos, ultrapassando os limites da ciência convencional. Por outro lado, o Ocultismo diz respeito à componente prática da doutrina esotérica, à posse de poderes materiais e a certas actividades paranormais. É a ciência do que está oculto no Universo e na Natureza, ou seja, para além do conhecimento empírico, que é o conhecimento admitido pela ciência convencional. Por todas estas razões considera-se que o Ocultismo é a ciência que mais se associa ao Paranormal. Tal como as ciências convencionais, o Ocultismo parte de pressupostos, medindo-se os fenómenos do Oculto com instrumentos psíquicos.
HISTÓRIA DA PARAPSICOLOGIA

Contudo, a justificação dada pelo ocultismo e outras filosofias e religiões para os factos inexplicáveis do Universo não foram suficientes. Daí o surgimento da Parapsicologia, uma perspectiva alternativa à explicação ocultista. Em 1853 nasce a Metapsíquica clássica que veio em busca do equilíbrio entre os ideais positivistas e espiritistas. De acordo com a recém-nascida “ciência”, o mágico e o racional ficam presentes em qualquer personalidade humana. Em 1867 nasce a Sociedade Dialéctica de Londres, cujos membros eram ilustres fisiólogos, sábios e engenheiros ingleses. Dois anos depois do nascimento da sociedade, introduziu-se o estudo de fenómenos espíritas, sendo nomeada uma comissão com a tarefa de desmistificar este tema perante a sociedade. A primeira grande personalidade precursora da Metapsíquica foi Mesmer, um médico que curava os pacientes através do magnetismo. Mesmer pretendeu marcar a diferença entre os ocultistas, espíritas e metapsíquicos: para ele, os métodos científicos prevaleciam acima de qualquer ideia preconcebida. Ao mesmo tempo, na Suíça, o Conde Gasparin realizava experiências com mesas giratórias, consideradas as primeiras experiências metapsíquicas. Mais tarde, Sir William Crookes,– um dos mais importantes químicos e físicos ingleses do século XIX – decide que a ciência também tem a obrigação de estudar os fenómenos ligados ao espiritismo e criticou-a por dar fosse o que fosse como certo, até a própria fraudulência das experiências espíritas. Realizou uma série de experiências em sua casa e, através de aparelhos electromagnéticos, constatou que existia de facto uma força associada ao organismo humano, ainda que de uma forma por explicar. Envolve-se de tal forma nestes estudos que se torna presidente da Society for Psychical Research. De entre os muitos cientistas, destaca-se Camille Flammarion a partir de 1961, também empenhado no estudo das mesas giratórias e dos fenómenos espíritas. Realizou diversas experiências com médiuns, tomando todas as precauções de modo a evitar a fraude. Também o Dr. Osty e Charles Richet estudaram minuciosamente os fenómenos de telepatia, clarividência e claurividência, que se integram na percepção extra-sensorial, matérias que serão esclarecidas mais à frente. No entanto, apesar das inúmeras experiências, não conseguiram tirar qualquer conclusão. Após uma lenta evolução, a Metapsíquica e as concepções científicas acabaram por se cruzar, fazendo com que a Metapsíquica acabasse por ser aceite como uma verdadeira ciência. Nas últimas décadas do século XIX, inícios do século XX, já várias teorias sólidas tinham sido formuladas, como por exemplo o facto de os médiuns se revelarem histéricos ou histérico-epiléticos. A descoberta do inconsciente foi a ruína de muitas explicações dadas para os fenómenos espíritas. A nova geração de cientistas tem-se fixado no estudo da Percepção Extra-Sensorial. Têm-se cruzado com diversas áreas como a Fisiologia, Química e Física, utilizando teorias como a conhecida Psicanálise.
O QUE É A PARAPSICOLOGIA
A Parapsicologia é o campo científico que pretende investigar experiências humanas consideradas anómalas. Dado que é uma disciplina científica e não uma ciência, está inserida na psicologia, não devendo ser associada a um carácter misterioso. Por isso mesmo o objecto de estudo da Parapsicologia são os fenómenos psíquicos paranormais. Estes estão divididos em três grupos: percepção extra-sensorial, cognição anómala e, por fim a psicocinesia ou perturbação anómala. A Parapsicologia evidencia assim a existência de capacidades humanas que vão para além daquilo que a ciência convencional afirma, levantando questões fundamentais sobre a mente e a consciência. Muitos dos seus estudos expandem a visão ao alcance das ciências comportamentais. De entre as mais variadas contribuições da parapsicologia para o conhecimento, salienta-se o desenvolvimento de ideias para a psicologia. Através do estudo da mente, a parapsicologia conduziu um rigoroso estudo sobre o subconsciente. A nível antropológico esta dimensão científica contribui para o pensamento crítico sobre os assuntos relacionados com o espiritismo e espiritualismo, indo contra as superstições e generalizações populares.
Críticas
Porém e apesar das suas evidentes contribuições é natural que surjam as críticas ou controvérsias, dentre as quais a mais antiga, actual e importante que se prende aos fenómenos estudados por este campo científico… Será que realmente existem? É de notar que todos os fenómenos estudados pela parapsicologia são extremamente polémicos, dado que, um avanço definitivo na compreensão das suas naturezas implicaria provavelmente, a necessidade de revisões científicas, ideológicas, filosóficas, religiosas, entre outras… Ponderemos perspectiva materialista em que a consciência é considerada um sub-produto de reacções orgânicas, ora esta perspectiva entra em conflito com a possibilidade de existência de qualquer um dos fenómenos estudados pela parapsicologia. Mas se de facto, os fenómenos estudados por este disciplina existirem, esta perspectiva materialista precisaria expandida ou até mesmo alterada. Ainda assim, as discrepâncias não invalidam nem prejudicam o desenvolvimento da Parapsicologia, o que interessa é o desenvolvimento da investigação através de pesquisas bem dirigidas, rigorosas, controladas e criteriosamente avaliadas nos seus resultados. Outro dos motivos de controvérsias será o desconhecimento generalizado da parapsicologia como disciplina científica, tanto nos meios académicos como nos meios populares.


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